Para conhecer o Justiceiro

Sim! Ennis e Dillon (de Preacher) estão juntos nesta empreitada para fazer o que fazem de melhor: nos entreter e chocar ao mesmo tempo. E ainda nos deixar agradecidos por isso!

Diferente da história de Jesse Custer, aqui não temos nenhum questionamento moral ou filosófico do porquê as coisas são como são (ou estão). Seria o Justiceiro um herói ou vilão? Não importa. O que temos é puro entretenimento de ação e, consciente disso, o roteiro utiliza vários clichês do gênero para levar a narrativa adiante ao mesmo tempo em que zoa com estas convenções. Por exemplo, quando a leitura de uma tese de psicologia sobre o Justiceiro é intercalada por vários “blá-blá-blá”.

Muitos não gostam da arte de Dillon, mas aqui ela combina perfeitamente com o protagonista e sua trajetória, sem muitos detalhes de fundo, apenas as caras dos personagens assustados e indignados com os acontecimentos ao seu redor.

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O background de Frank Castle é o que já estamos acostumados: o soldado que volta da guerra apenas para ver sua família ser assassinada. E os criminosos têm sua punição. No entanto, Castle está há um tempo afastado de Nova Iorque, pois, na história que precede esta, ele é recrutado por anjos para caçar demônios à solta na Terra. A certa altura, ele se recusa a continuar o trabalho e é mandado de volta à cidade. E é aqui que o encontramos. Caso não tenha lido esta saga anterior, não se preocupe, nestas edições Salvat sempre tem um “A história até aqui…” para nos situar e, além disso, para esta HQ, este passado recente não faz a menor diferença.

Castle então resolve tirar o atraso, começando a “limpeza” da Grande Maçã pela família de gangsters Gnucci. Depois de matar vários de seus membros, vira o alvo principal numa guerra que espalha sua destruição por toda a cidade. Temos pessoas sendo jogadas de prédios e de carros em movimento, tiroteios em zoológicos e necrotérios, gente sendo estraçalhada por ursos-polares… Enfim, é Garth Ennis! E toda esta loucura perfeitamente entrelaçada pelas histórias paralelas que enriquecem a narrativa e nos fazem ter uma visão mais ampla de quem é o Justiceiro.

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Esta é uma ótima HQ para quem não espera reflexões aprofundadas sobre o papel dos vigilantes. Como leitor, acabamos chegando a uma ou outra conclusão, mas o roteiro deixa claro que não é esse seu objetivo. É uma HQ melhor ainda para quem quer uma boa história de ação e também é um bom começo para quem quer conhecer mais deste personagem, porém não quer se prender numa saga longa, pois a história é fechada.

Ah, no final das edições, você encontra o manifesto que Ennis enviou à Marvel, esboçando a abordagem e parte do roteiro que planejava para o Justiceiro. Temos também o roteiro datilografado, além de uma breve biografia do personagem, do roteirista e do ilustrador e mais uma galeria de capas com as artes de Tim Bradstreet, o que torna a leitura mais enriquecedora.

Outra curiosidade é que “Bem-vindo de volta, Frank” serviu de base para o filme de 2004, com Thomas Jane no papel principal.

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Informações sobre a obra:

Justiceiro – Bem-vindo de volta, Frank
Coleção Salvat – Partes 1 e 2
Roteiro: Garth Ennis
Arte: Steve Dillon
Capa: Tim Bradstreet


Para saber mais sobre:

Garth Ennis: Fanpage
Steve Dillon: Facebook (in memoriam)
Tim Bradstreet: Facebook

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