A loja Ugra Press é o tipo de lugar no qual entramos sem compromisso e saímos de lá em um relacionamento sério, duradouro e estável. O lugar tem um clima muito bacana e amigável, cheio de tesouros para os fãs de quadrinhos. As prateleiras repletas de novidades e relíquias fizeram com que eu me arrependesse e agradecesse, ao mesmo tempo, pelo fato de ter esquecido o cartão de crédito em casa.

Com certeza, quem vai uma vez à Ugra, vai várias, pois a impressão que fica é a de que se tem muito mais para descobrir na loja e de que você sempre será bem-vindo lá, como se fosse a casa daquele amigo na qual já chegamos abrindo a geladeira e perguntando o que tem para o jantar.
Os donos desse lar são Douglas e Daniela Utescher, presentes no cenário independente brasileiro e latino-americano há anos e responsáveis pelo Ugra Zine Fest, evento anual que reúne os principais nomes do mundo dos fanzines e das publicações independentes vindos de diferentes lugares e que oferece workshops, palestras e mostras incríveis.
Batemos um breve papo com o Douglas enquanto a festa rolava na Ugra. Confira:
Como parte das comemorações do aniversário de um ano da loja física, uma nova proposta, chamada Making Of, que tem como meta apresentar o processo de criação de diferentes obras. Dessa maneira, a loja aproxima quem lê de quem produz material e também auxilia quem quer produzir.

Para minha sorte, na primeira edição do projeto Making Of, conheci o Guilherme Petreca, que começou a trabalhar com ilustração aos 17 anos e hoje, com 25, é criador das obras Galho Seco, Carnaval de Meus Demônios e YE, este publicado ela editora Veneta.
YE traz o primeiro roteiro de Petreca que, desde o começo, foi escrito para ser uma história em quadrinhos com referências em povos ciganos, circo, piratas, cidades da América do Sul e da Europa Antiga, e também em lugares como Paranapiacaba e Ouro Velho para fazer os cenários da história .
As obras A Viagem de Chihiro e a Jornada do Escritor, de Christopher Vogler, foram inspirações para a criação de YE, dessa forma, tornando-se o tipo de leitura que toca fundo na alma e que nos leva a repensar muitas coisas, algo como o Pequeno Príncipe, o qual, em cada fase da vida, apresenta um significado para o leitor.
YE foi classificado como uma obra infanto-juvenil, o que não torna o trabalho voltado apenas para esse público e, sim, uma leitura que começa por esse grupo e atinge todos os outros de formas diferentes (e foi assim que fui convencida a incluir mais um livro em minha lista de leituras de 2016 que pretendo acabar antes de 2020).
No bate-papo com Petreca, descobri muito sobre o universo dos quadrinhos e como eles são feitos, sobre a grande jornada que fazem os artistas e sobre a diferença que pessoas como Douglas e Daniela fazem ao abrirem espaço para novos artistas em meio a tantos outros já consagrados.
Não conseguimos ficar até o final da festa e, infelizmente, perdemos o lançamento da sétima edição da coleção Ugritos (os gibis de bolso da Ugra Press), Fired, de Ricardo Coimbra. No entanto, já sabemos que foi um sucesso.

Parabéns para a Ugra, nessa data querida, muitos quadrinhos lindos, muitos anos de vida…
Para saber mais:
Sobre a Ugra Press: clique aqui.
Sobre o Aniversário da Ugra Press: clique aqui.
Sobre o Guilherme Petreca: clique aqui.
Sobre o Ricardo Coimbra: clique aqui.
Sobre a Editora Veneta: clique aqui.
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