Como parte da exposição “Ocupação Glauco” – que acontece até 21 de agosto, no Itaú Cultural -, o debate Caminhos da HQ, que rolou na quarta-feira, dia 13 de julho, recebeu a ilustradora Carol Rossetti e o quadrinista Fábio Coala.
Num bate-papo descontraído, ambos falaram sobre suas experiências com HQ, os prazeres e as dificuldades do mercado brasileiro e como lidam com a internet e as redes sociais.

HQs em Rede
A conversa da noite foi chamada de HQs em Rede e teve como tema principal como os convidados usam suas redes sociais e como isso influencia em suas produções online.
O público foi tímido, pouco mais de 30 pessoas acompanharam atentas e interessadas no debate, que ainda contou com duas interpretes de libras, para integrar ainda mais os expectadores com necessidades especiais ao assunto.
“Não existe final de semana, feriado, para quem trabalha por conta. Todo dia é dia de criar”, disse Carol.
Um dos primeiros tópicos levantados foi o dia a dia do processo de criação. Ambos concordaram que a rotina de um profissional autônomo pode ser agradável em alguns momentos, pela liberdade fora de um tradicional e metódico escritório, mas, ao mesmo tempo, sugadora, justamente por fazer o seu próprio horário.

Ao mesmo tempo, quando está fora de casa, em um passeio com a família, Fabio revela que não pode ver um pedação de papel, que já pega uma caneta e começa a desenhar. “Já é um ‘tique’”, releva.
Como se relacionar nas redes sociais
Com todo mundo conectado, ficar de fora das redes sociais é deixar de atingir um tipo de público. Por isso, tanto Carol quanto Fabio usam estes canais de comunicação para divulgar seus trabalhos, ter ideias para seus jobs e ter maior contato com os fãs. A principal e mais engajada rede é o Facebook, ainda assim, Twitter e Instagram se destacam no cenário nacional. Carol ainda recebe muitos acessos e interações, via Thumblr, do pessoal de outros países.
O que fazer com os haters?
Eles estão por aí. E raivosos. Os haters existem, também, no mundo dos quadrinhos e se fazem presentes nas redes dos profissionais da área. Carol e Fabio costumam deixar as discussões saudáveis e os bate-papos fluírem, principalmente no Facebook, porém, às vezes, é preciso intervir. Carol citou um caso em que excluiu alguns rapazes de sua página, em razão de comentários machistas e racistas.
Vaquinha online
“Na crise, o quadrinho se torna supérfluo”, desabafa Fabio. Em tempos difíceis na economia, os profissionais de HQ se viram para manter em ordem suas próprias contas e as produções a todo vapor.
Uma das saídas é contar como financiamento coletivo. Fãs e admiradores de determinado trabalho acreditam no projeto e resolvem contribuir financeiramente para que ele saia do papel. Recentemente, Fabio teve o projeto Horo – O castelo da neblina financiado por meio do site Catarse. Carol também está por lá, captando investimento para o projeto Cores.

Outras fontes de renda é a loja online, um e-commerce variado de produtos, e a presença em festivais e feiras especializados, onde o contato com o público é maior, mas nem sempre garantido.
Tal como tantas outras áreas no país enfrentem dificuldades para dar continuidade em seus trabalhos, a HQ busca, na internet e entre os seus fãs, maneiras e soluções de manter viva suas cores e histórias.
Reunimos alguns momentos do evento “HQs em Rede” no vídeo abaixo e, sério, no final, confira as entrevistas exclusivas com os palestrantes do dia (a partir de 3:30).
SERVIÇO –
Caminhos da HQ
Dia 6 (quarta-feira)
Viver Quadrinhos, com Marcatti e Klebs Junior
Dia 13 (quarta-feira)
HQs em rede, com Carol Rosetti e Fábio Coala
Dia 20 (quarta-feira)
A realidade nas HQs, com Alexandre de Maio e Daniel Esteves
Dia 27 (quarta-feira)
Representatividade e as HQs, com Ana Recalde e Marcelo D’Salete
SERVIÇO –
Ocupação Glauco(informações do Itaú Cultural) Mais de 100 metros quadrados abrigam essa Ocupação, arquitetada em um espaço diáfano que toma partido do papel vazio onde o artista rabisca e as obras ganham vida saindo do rolo de papel de desenho. Ao fundo há um nicho dedicado aos principais relacionamentos do cartunista, com depoimentos em vídeo de alguns deles, como o seu irmão Pelicano, de mesma profissão. Não faltam referências a Angeli e Laerte, com quem Glauco produzia a série de HQs Los 3 Amigos. É lembrado, ainda, o tempo em que ele dividiu moradia com outros dois cartunistas, Nilson Azevedo e Henfil – este último um dos desenhistas que mais influenciou Glauco em seu início de carreira. O público também tem à disposição, para manusear, revistas que Glauco ajudou a criar e abrigaram seus quadrinhos.
De 9 de julho a 21 de agosto
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h
Sábado, domingo e feriado, das 11h às 20h
Entrada gratuita
Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô)
Fones: 11. 2168-1776/1777
Para quem quiser saber mais:
Sobre a Ocupação Glauco: clique aqui.
Sobre o Itaú Cultural: clique aqui.
Sobre Carol Rossetti: clique aqui.
Facebook: clique aqui.
Twitter: clique aqui.
Instagram: clique aqui.
Thumblr: clique aqui.
Sobre o projeto Cores: clique aqui.
Sobre Fábio Coala: clique aqui.
Facebook: clique aqui.
Twitter: clique aqui.
Sobre o projeto Mentirinhas: clique aqui.
Vídeo do Horo – O castelo da neblina: clique aqui.
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