“Anna e o Homem das Andorinhas” não é um livro que se compreende. Arrisco a dizer que, ao terminar de ler este pequeno tesouro, compreender seja o menos importante.
O livro é o primeiro escrito por Gavriel Savit. Foi publicado pela Editora Fábrica 231 e conta a história de Anna, uma menina criada por um pai, professor. Ela sentia prazer em aprender tudo que ele ensinava (e mostrava muita facilidade também neste processo de aprendizagem). Eles viviam em Cracóvia, em meio ao holocausto, mas isso não incomodava a menina até o dia em que seu pai partiu e não voltou para buscá-la.
Neste período, ela acaba conhecendo um homem misterioso que parece ter o dom de falar com pássaros, alguém sem nome que ela passa a seguir, descobrindo um mundo cheio de coisas novas para temer e para amar.
Uma estranha amizade é construída e a força com a qual este laço se forma mostra “o pior e o melhor” de um ser humano em meio à guerra. O Homem das Andorinhas ensina para uma criança o que é a guerra. O leitor imediatamente encontra-se envolto por todos os segredos não revelados e todas as delicadezas de uma vida meio ao caos.
“As perguntas, Anna, são muito mais valiosas do que as respostas, e também causam muito menos destruição à sua frente.”
Esse livro tem suas semelhanças com outras duas obras, “A menina que roubava livros” e “O menino do pijama listrado”, que também falam dos horrores da guerra vistos pelo olhar significativo de uma criança.
Vale a pena a leitura. O livro permite importantes reflexões sobre como não reviver o caos, mas, acima de tudo, nos permite sentir.
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