Aos poucos, felizmente, vemos campanhas modernas, inclusivas e que destacam o respeito que a mulher merece o ano todo e não somente aquela empatia sazonal e marqueteira. Na área de quadrinhos, temos visto várias ações colaborativas e representativas como a semana do Orgulho LGBTQ+ encabeçada pela Sara, do perfil Quadrinhos Arretados, e a Maratona AfroPower, criada pelo Thiago, do perfil AfroNerd.
Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, gostaríamos de compartilhar uma história colaborativa que rolou no Instagram. Quadrinistas se reuniram e, em capítulos, respondiam à pergunta feita por um repórter: “Como é ser mulher nos quadrinhos?”. Cada uma respondeu de um jeito único, com seu traço e ideia.
Spoiler: tem entrevista no final do texto =)
A história completa e na ordem você confere no Instagram, nos perfis abaixo:
@helodangeloarte
@ltdathayde
@leve.mente.insana
@ichanoarte
@ursoperacomics
@regi.munhoz
@littlegoatcomics
@carolito.hq
@cgominha
@rackaabe.art
@bruh_constantine
@fesanovicz
@thaiskisuki
@luizalemos39
@_inglee
@cristirinhas
@pequenasfelicidadestrans
@t.s.carmo
@maternidade.sincera
@vitorelo.art
@tintaderaposa
@a_lapis_tiras
@apalomart
@melanciacomics
@Chairim_
@mairadraws
@lanaflowerz
@belpardal
@fenggler
@fefetorquato
@ligia_zanella
@politicashq
@aliensofcamila
@helodangeloarte
A quadrinista e ilustradora Helô D’Angelo, uma das criadoras da collab, contou para a gente um pouco mais sobre essa ação! Confira abaixo:
Como surgiu a ideia?
Surgiu há mais ou menos um mês, quando a Netflix fez uma campanha publicitária para a série “Sex Education” e chamou apenas quadrinistas homens brancos para participar. A desculpa, nesses casos, é quase sempre a mesma: “Não sabíamos que existem mulheres quadrinistas”.
Então, eu e outras quadrinistas decidimos fazer uma grande collab para divulgar o máximo de quadrinistas possível. Além disso, queríamos ironizar a ideia de que sempre nos colocam em caixinhas e sempre, SEMPRE o fato de sermos mulheres (ou de a sociedade nos considerar mulheres, como é o caso de algumas pessoas não-binárias designadas mulheres ao nascer) vem em primeiro lugar em qualquer entrevista ou projeto.
E como foi o processo de seleção das quadrinistas?
Funcionou assim: abrimos um chamado online no Instagram e Twitter apenas para quadrinistas mulheres cis e trans e pessoas não binárias. As que responderam foram colocadas em um grupo de WhatsApp que, depois de alguns dias, foi fechado, pois no início éramos cerca de 60 participantes.
Depois combinamos juntas o formato e as regrinhas para dar continuidade à história. Eu desenhei a primeira tira e as outras participantes se guiaram por ela para continuar. E então combinamos prazos para os roteiros (que organizamos em uma planilha para que ninguém repetisse ideias) e, depois, para as HQs finalizadas. Escrevemos um textinho para guiar os leitores, combinamos um horário de postagem e foi isso aí!
Importante dizer que a gente teve uma preocupação de não chamar apenas mulheres cis brancas hétero do Sudeste. Ainda assim, lembramos da importância de aumentar ainda mais nas próximas collabs o número de mulheres negras, amarelas, não hétero e de outras regiões do Brasil que não o Sudeste e o Sul.
E abrimos o chamado: nas próximas, quadrinistas do Brasil inteiro devem ficar atentas para participar!
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