Em 2015, começamos o ano bem já que, logo em janeiro, fomos apresentados à Astronauta – Singularidade. E aqui vamos nós para mais uma aventura do nosso viajante do cosmo preferido 😉 Ainda com as cores de Cris Peter e história e arte de Danilo Beyruth.
Ao folhear a HQ, vemos o rosto do Astronauta, ele parece estar mais velho e mais sério. Logo no início da trama descobrimos que está com 27 anos e está passando por uma avaliação psicológica, após seu retorno da missão anterior (em Astronauta – Magnetar), mas também percebemos por suas atitudes e respostas que ele é resistente ao tratamento.
A psicóloga que o está tratando também é astronauta, porém não sabemos seu nome, pois é chamada apenas de Doutora. Bem como o Chefe e o Major. Deste modo, os personagens parecem estar aqui não para um desenvolvimento maior de caráter, digamos assim, mas para assumir seus papéis nos estereótipos desta história de ação. Podemos mesmo encaixar o Astronauta nesta interpretação, já que seu nome de batismo também descreve a sua função-profissão.
Uma das novidades é que a aventura é narrada pela Doutora, então, desta vez não sabemos exatamente quais são os pensamentos e sentimentos de Astronauta, mas sim a visão de alguém de fora que está tentando compreendê-los. É quase como se ela fosse nós, leitores, dentro da história.
No entanto, sua voz somente é usada no início e no fim da HQ. No meio, o que nos guia pela trama são os diálogos e imagens. E é aí que descobrimos parte da irritação de Astro – desde que voltou para a Terra, ele ficou em quarentena, não sendo permitido que deixasse a base nem mesmo para visitar sua família ou Ritinha…
Ainda nesta situação complicada, ele é designado para uma missão, já que é o único que consegue pilotar a nave da agência espacial – que possui tecnologia alienígena. Como não concluiu sua avaliação psicológica, a Doutora também foi convocada, além de outro astronauta, o Major, de outra agência espacial. Apesar do objetivo interessante – irão estudar um buraco negro numa região onde não há condições para que haja um –, Astro resiste à ideia de ter companhia, pois está acostumado a trabalhar sozinho.
Em Singularidade, apesar da solidão aparecer em alguns pequenos pontos, o tema deste quadrinho parece ser a obstinação do protagonista, tanto para o bem, representado por sua persistência e tenacidade em sempre fazer o que é certo, quanto para o “mal”, em sua teimosia em manter o isolamento emocional ao seu redor.
Quando os viajantes chegam ao destino, algumas revelações e reviravoltas acontecem. Se em Magnetar tínhamos cenas hollywoodianas, aqui parece estarmos assistindo um filme de ação da Sessão da Tarde™ – com direito a briga com armaduras e tudo mais! Isso não é necessariamente ruim, mas é só isso. Uma aventura, não há uma discussão ou poesia maior como em Magnetar.
Mas é claro que no final Astro salva o dia, como todo bom herói – no espaço –, com direito até a lição de moral.
Tudo bem construído com a narrativa visual de Beyruth e a colorização de Peter que continuam a nos presentear com imagens e sequências belíssimas, fazendo jus e engrandecendo a nona arte 🙂 É visualmente um quadrinho muito bonito!
Para quem quiser saber mais sobre:
– Resenha sobre Astronauta – Magnetar
https://cabruuum.com/2017/07/18/astronauta-magnetar-ou-a-solidao-do-espaco-que-nos-cerca/
– Twitter do Danilo Beyruth
@danilobeyruth
– Twitter e site da Cris Peter
@crispeter
https://crispeterdigitalcolors.com/